Ainda existe instinto materno? (por Luiza Pinheiro)

Tem sido cada vez mais comum que as mães, especialmente as de ‘primeira viagem’, recorram muito aos livros sobre cuidados e saúde do bebê.

Elas querem saber como agir diariamente com seus filhos. Ter orientações de qualquer fonte – livros, internet ou própria avó do bebê – pode ser de grande ajuda, mas, por vezes, pode ter o efeito de desviar o olhar e a atenção da mãe com relação ao bebê.

 

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Cada mãe sabe o que é melhor para seu filho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Algumas mães se apegam tanto a essas orientações externas que acabam deixando de observar os sinais que o bebê dá. Muitas mães seguem à risca a orientação de algum livro e alimentam o bebê de 3 em 3 horas – nem um minuto a mais nem a menos – na quantidade também especificada no livro, ou seguem com rigidez algum ritual estabelecido por outro livro para a hora de dormir, etc.

 

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A amamentação tem sido tema de receitas prontas e técnicas em livros e palestras

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com isso, muitas vezes, alimentam a criança quando ela ainda não está com fome, dão mais ou menos comida do que ela necessita naquele momento, enfim, forçam algum tipo de situação acreditando que as orientações externas são portadoras da melhor e mais correta maneira de agir com as crianças.

 

A melhor forma de agir é com confiança em si mesma

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Livros que generalizam os cuidados com o bebê não precisam ser seguidos à risca. Nenhuma pessoa é igual à outra, portanto, cada criança terá necessidades e ritmos diferentes para as rotinas diárias. A relação entre a mãe e o bebê traz esse aprendizado. O mais importante não é fazer tudo sempre certo, e sim observar e entender o que o bebê precisa naquele momento.

Se informar sobre a saúde e educação dos filhos é excelente e ajuda a apaziguar os medos e inseguranças das mães, mas é importante confiar mais em si mesma e saber que observando atentamente os filhos é possível conhecê-los e entender suas preferências e necessidades.

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A relação mãe e filho envolve nobres sentimentos como afeto, gratidão e confiança.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Luiza Pinheiro: sócia da Clínica Base, graduada em Pedagogia pela UFMG, Especialista em Psicanálise com Crianças e Adolescentes pela PUC-MG, Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela UEMG, e Mestranda em Psicologia pela UFMG. Referência da Clínica Base em projetos relacionados à infância.