As mães do futuro
Todas as manhãs, ao sair bem cedo, caminho por uma avenida movimentada durante alguns minutos, até chegar ao local de trabalho. No início de mais um dia, os carros e a multidão ainda não se apoderaram de todos os cantos das ruas e calçadas.
Porém, chama-me a atenção uma cena que vejo todas as manhãs: uma jovem mãe, provavelmente indo para seu trabalho, empurrando um carrinho de bebê. Dentro desse carrinho, uma linda menininha, toda empacotada. Empurrando o carrinho pela calçada, a jovem mãe – que não deve ter mais que 27, 28 anos- vai conversando com seu bebê. Mostra-lhe as árvores, chama a atenção para os pássaros e ajeita seu corpinho para que ela veja melhor o movimento. A menininha, com pouco mais de 8 meses, a tudo olha, interage com a mãe, pisca os olhinhos, e as bochechas, bem rosadinhas parecem aumentar ao sorrir quando algo lhe agrada. O que nesta cena me causa reflexões? Tudo!
O cuidado simples, de todos os dias, que aquela mãezinha tem ao mostrar o mundo àquele pequeno ser é de um simbolismo imenso. A geração que chega precisa encontrar pessoas dispostas a lhe ensinar e apresentar o que foi construído por Deus e pelos homens.
Meu coração chega a disparar ao pensar na responsabilidade que cada adulto precisa ter quando está perto de uma criança ou de um adolescente. Atualmente, observo que muitos pais e mães não se preocupam em explicar aos filhos o que foi construído pelas gerações anteriores. Parece que, como está tudo aí mesmo, não há necessidade de muitas apresentações, ou, o que ainda pode ser pior: a desculpa de que a vida ensina!
Sempre que as mães saem as ruas reivindicando mais pediatras e hospitais que cuidem da saúde de seus filhinhos, é preciso elevar nossas preocupações à saúde psicológica desses pequenos, oferecendo-lhes o que há de melhor para nutrir seus mundos internos.
Neste mês, que todas as mães são enaltecidas nas propagandas, algo mais deveria chamar a nossa atenção: o amor. O amor verdadeiro que toda mãe, ao ter seu filhinho nos braços – seja ele grande ou pequeno-, sente profundamente; um amor imensamente forte. Neste mês, que mães são abraçadas pelo seu dia, deixo apenas uma reflexão: que mães e pais surgirão, no futuro, herdeiros das mães de hoje?
*Texto publicado em 10.05.2013 no Jornal Hoje em Dia
Marise Nancy de Alencar
Pedagoga, Especialista em Educação Infantil e Alfabetização, Mestre em Educação Tecnológica, Coordenadora Pedagógica.