Neurodesenvolvimento cerebral: Como posso ajudar meu filho a se desenvolver melhor ? (por Dra. Liubiana Arantes)

Durante a infância, as crianças passam por um processo chamado de neurodesenvolvimento, no qual o cérebro imaturo vai adquirindo capacidades motoras, cognitivas, de comunicação e socialização cada vez mais complexas. Tal processo pode desenvolver de forma mais lenta ou mais produtiva dependendo da qualidade dos estímulos que são oferecidos aos cérebros dos pequenos.

Essa necessidade do desenvolvimento preocupa muitos pais, os quais gostariam que seus filhos desenvolvessem diferentes capacidades, como a inteligência e habilidades compatíveis com sua idade.

Mas esses mesmos pais, muitas vezes, encontram-se sobrecarregados de atividades, compromissos e exigências e sentem-se perdidos quando o assunto é a estimulação do desenvolvimento dos seus filhos.

Como desenvolver o cérebro da criança?

 

Esta é, sem a menor dúvida, a condição que mais pode favorecer uma boa educação.Equilíbrio traz serenidade. Uma pessoa equilibrada é uma pessoa madura e, geralmente, é mais feliz. Ao pensar na atividade que a criança mais gosta de fazer, que é brincar, muitas reflexões podem ser feitas para contribuir, também, no equilíbrio desta tão importante atividade infantil. Que espaços podem ser úteis para brincar? Que espaços criativos podem ser oferecidos às crianças?

Surge então a questão: como posso ajudar meu filho a se desenvolver melhor?

Na maioria das vezes, a resposta é a busca de serviços que poderiam realizar tal tarefa, como escolas regulares, escolas de artes, de esportes, de música, dentre outros.

Tais estratégias são muito bem-vindas, desde que não substituam o papel dos pais e da família no desenvolvimento do cérebro infantil.

Parceria entre família e médico

No entanto, o que tenho observado hoje como neuropediatra que trabalha com neurodesenvolvimento infantil é que muitas vezes a infância das crianças está sendo terceirizada. Os pais assumem os custos de cuidadores, escolas, esportes, mas não dedicam tempo nem esforços para acompanharem e estimularem seus próprios filhos.

 

E o maior problema disso tudo é que o cérebro da criança consegue alcançar seu maior potencial quando recebe estímulos diversos que lhe são prazerosos. E nada mais prazeroso para a criança que receber estímulos de quem elas mais amam, seus pais.

 

Dessa forma, a agenda cheia desses pequenos, com múltiplas atividades, não substitui o valor do tempo de qualidade com seus pais. Momentos juntos de dedicação plena, brincadeiras saudáveis próprias para cada etapa, passeios e carinhos são poderosos estimulantes das conexões cerebrais.

 

Fica a sugestão para que os pais se esforcem para dedicar algum momento do seu dia para seus filhos, tornando esses momentos agradáveis e prazerosos para ambos. Que seja, por exemplo, 30 minutos que ambos irão sentar no chão para montar um quebra-cabeça, ou fazer um bolo, ou chutar bola! E com essas brincadeiras simples os mini-cérebros estão recebendo estímulos espaciais, visuais, sonoros, de memória e de coordenação motora, que, associados ao prazer, fortalecem as conexões cerebrais existentes e estimulam a formação de novas conexões neuronais. Com criatividade e motivação, os adultos ganham momentos de relaxamento e as crianças fortes estímulos para alcaçarem o máximo do potencial de seus pequenos cérebros!

 

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Dra. Liubiana Arantes de Araújo

Neuropediatra, M.D., Ph.D.

Fellow in neuroscience at Harvard Medical School

Professora Adjunta da Faculdade de Medicina da UFMG

Neuroinfância; Desvendando o cérebro infantil

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